08 jan Cenários para 2023 – Opinião
O grau de incertezas que o cenário econômico e politico apresenta, torna qualquer previsão um ato de coragem e não estamos falando apenas da perspectiva brasileira, mas do palco Mundial também, aonde atores ( Putin – Presidente da Russia) e novos roteiros EUA – CHINA impõe variáveis difíceis de avaliar com precisão e que afetam o mundo todo.
Mas enfim, estamos na pista e teremos que atravessar essa estrada – BR 2023, uma estrada longa, com algumas curvas perigosas, sem sinalização e trechos sem pavimentação, mas é a única estrada que temos e portanto, vamos em frente.
No cenário internacional, podemos destacar a Guerra Na Ucrânia e o recrudescimento da pandemia da COVID19 na China. Essas duas variáveis deverão definir no curto prazo o rumo que a economia mundial irá seguir em 2023. Com relação a guerra, caso até fevereiro as partes não consigam chegar a termos mínimos para estabelecer um processo de Paz, a possibilidade de uma nova ofensiva Russa é bem provável, piorando a realidade europeia que já apresenta sinais de recessão para esse inverno. A perspectiva de crescimento na Europa é de 0,5% no próximo ano , caso a Guerra ganhe escala a deterioração do ambiente econômico vai aumentar.
Na china, a pandemia da COVID19 aumentou, tendo em vista a mudança na forma de enfrentar a doença, saindo dos “lockdowns” radicais para um “liberou geral”. A China já não vinha suportando o combate a pandemia com lockdowns frequentes, paralisando a atividade econômica, paralisando as cidades com as consequências socioeconômicas graves, para o País e para o Mundo, tendo em vista que a China é matriz nas cadeias produtivas e sua paralização tem impactos severos no mundo todo. Como a China vai enfrentar essa situação com baixo nível de vacinação na população e com vacinas nacionais com grau de eficiência baixo é uma incógnita.
Nos EUA , outra locomotiva Mundial, a perspectiva é de um crescimento de 1% em 2023 com a possibilidade de uma recessão no primeiro semestre. Os EUA e a Europa enfrentam um processo inflacionário alto para os seus padrões e os bancos Centrais do EUA, Europa e Inglaterra, vem subindo a taxa de juros .
Bom , falando agora do ambiente doméstico do Brasil, é natural uma perda da dinâmica do Estado , quando há mudança de Governo, ainda mais com uma mudança radical de Bolsonaro para Lula, saindo de uma proposta mais liberal para uma proposta mais intervencionista e aumento do Estado, teremos 37 Ministérios contra 22 do Governo que está acabando, a título de exemplo. As sinalizações dadas pelo Presidente eleito não ajudam o ambiente econômico e de negócios, com um aumento das despesas sem dizer como financia-las , criticas as privatizações e ameaças a mudanças nas legislações trabalhistas entre outras. As declarações e mesmo algumas indicações afetam o grau de segurança e o ambiente de negócios. O Brasil chega ao final de 2022, com um crescimento de cerca de 3% , uma dívida pública menor do que do início do governo e uma taxa de desemprego decrescente , ficando no terceiro trimestre com 8,7% , a menor taxa desde 2015 e menor do G 20 _ grupo das principais economias do Mundo. A perspectiva de crescimento para o próximo ano é de 1%, com um cenário internacional recessivo e com variáveis que colocamos acima ameaçadoras. O novo governo deverá ter habilidade e buscar convergência e sinergia com ações que foram feitas no Governo anterior e que podem gerar resultados positivos, como o marco do saneamento.
O choque de um ambiente externo negativo afetará sem sombra de dúvida nossa inflação, o que não permitirá uma redução nas taxas de juros que deverão permanecer altas em torno de 13%. Taxa de inadimplência alta e redução do crédito impõe um ano desafiador e o Governo deve fazer sua parte, não sendo um elemento de desestabilização e de falta de confiança na gestão Pública.