01 mar Transformações necessárias do Centro do Rio de Janeiro
A Cidade do Rio de Janeiro apresenta particularidades, entre elas o fato que ao longo do tempo fez o que é conhecido como “Centro” do Rio, um local nobre, comercial e residencial em um local majoritariamente de trabalho, transformando o “Centro“ do Rio em um centro financeiro, comercial e serviços, sede de várias empresas privadas e estatais.
O bairro, apesar de ter deixado de ser o centro financeiro do País, perdendo para a Cidade de São Paulo, continuou sendo um local repleto de escritórios de empresas dos mais variados setores e da rede de serviços que naturalmente acompanha.
Porém, o Centro com seus prédios e arranha céus, vem enfrentando desafios ao longo dos anos para se manter atrativo apenas como local de trabalho. A sobreposição de crises, desde o esvaziamento econômico do Rio de Janeiro, com transferência de empresas, a imensa crise econômica que se perpetua desde 2014, com as recessões de 2015/2016, o crescimento pífio dos anos 2017/2018/2019, a recessão de 2020, a concorrência com novos locais de trabalho, mais modernos ambientalmente mais atrativos e, por fim, a pandemia do COVID-19 que exigiu medidas de distanciamento social, com as empresas adotando o trabalho remoto, veio impor , como quase tudo após essa pandemia, transformações profundas, pois já vinha mudando o jeito de trabalhar e viver e com a pandemia isso ganhou escala. Portanto, para conter o esvaziamento do centro do Rio não há alternativa, o Centro do Rio tem que se reinventar.
O golpe no Centro é múltiplo, não bastando a mudança no estilo de vida com o home office, o protagonismo da região como centro de negócios e de empresas passou a ser compartilhado com outras praças.
Uma alternativa é faze-lo voltar a ser residencial também, com uma vizinhança mais diversificada. O esvaziamento de prédios comerciais, pode aumentar a oferta de imóveis residenciais no centro do Rio, em uma cidade de custo elevado de moradia. Esta é uma alternativa viável, sinergética e socialmente positiva. A conversão de prédios de escritórios em residências, criaria um resgate financeiro/econômico para os proprietários, novos proprietários e varejistas, pois o Centro ganharia uma movimentação maior e durante 24 horas e não apenas durante o dia.
A Prefeitura já está se movendo nessa direção. Política de mobilidade e planejamento urbano são temas obrigatórios na mesa de qualquer prefeitura. Muito além da questão emergencial do Centro do Rio, acompanhar tendências e seus desdobramentos para orientação de Políticas Públicas urbanas é condição sine qua nom. A adesão ao teletrabalho, alteração na demanda por imóveis, crescimento do comercio digital, modos de transporte, são tendências que devem ser constantemente acompanhadas.